segunda-feira, 7 de maio de 2007

Uma missão para os dias de hoje.

O sistema económico e empresarial hoje quer-nos fazer acreditar que a competitividade e o lucro das empresas assentam na precariedade do vínculo laboral, na flexibilização e rotatividade dos horários e nos baixos salários.

A facilidade com que várias empresas encerram ou se deslocam para países onde a mão-de-obra é mais barata, coloca os trabalhadores numa permanente insegurança sobre o futuro do seu trabalho.
Esta situação provoca o individualismo dos trabalhadores que com medo de perderem o emprego que têm, não se organizam, inibem-se de participar e até se desligam dos sindicatos e de outras organizações de trabalhadores. A cidadania activa não está ainda enraizada na cultura dos trabalhadores.

Valorizar o Trabalho tem que passar forçosamente pelo direito ao trabalho e ao pleno emprego para todas as pessoas nas suas plenas capacidades; pelo combate ao desemprego e ao trabalho precário; pela implementação de condições salariais justas que permita aos trabalhadores e suas famílias viver dignamente; pelo combate à pobreza e à exclusão social; pela defesa e promoção dos direitos sociais e pela partilha das riquezas.

O trabalho está ao serviço do homem e da mulher, contribui para a realização dos mesmos e para o desenvolvimento da própria sociedade. Deve ser agente da esperança, da inovação e da partilha de saberes que, completando a obra do Criador, o coloque ao serviço da edificação de um mundo novo, onde possam jorrar a paz, a justiça e a fraternidade.

O forte interesse por parte de alguns grupos económicos em privatizar parte da Segurança Social põe em risco a solidariedade social. São levadas a cabo políticas de saúde economicistas e de promiscuidade entre o sector público e privado, deteriorando o Serviço Nacional de Saúde e a qualidade da prestação dos serviços de saúde a que todos os cidadãos têm direito.

Ao dispormo-nos como cristãos a percorrer o caminho, que também é o nosso, de homens e mulheres do mundo do trabalho, “esforçamo-nos por discernir nos acontecimentos, nas exigências e aspirações, quais são os verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus” [1] num mundo criado por Ele e posto ao serviço da pessoa humana.

Valorizar o trabalho, digno que respeite os direitos dos trabalhadores faz de cada ser humano um ser mais feliz, um agente da esperança, da inovação e da partilha de saberes, ao serviço da edificação de um mundo novo, onde possam jorrar a paz, a justiça e a fraternidade.

A dignidade e valorização da pessoa e do trabalho humano, são por si só razões suficientes para continuarmos a lutar com coragem e determinação pelos mesmos.

Somos todos convocados a gritar bem alto que o amanhã é de todos com mais emprego, dignidade, justiça e solidariedade.

[1] Concílio Vaticano II. Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo actual – Gaudium et Spes nº 11

Um comentário:

A. Monteiro disse...

Caros amigos
As melhores saudações.
Se eu "mandasse" neste Blog teria já colocado aqui os assuntos do 3º Painel em especial no que diz respeito às públicações e pediria que fossem remetidas o maior número de opiniões possível sobre esse assunto.
Afinal este (internet) é um meio de comunicação que implica com todos os outros e que cada vez tem mais influencia quotidiana.
Pediria até que jornalistas próximos ou amigos dessem a sua opinião sobre o futuro dos nossos (do movimento) meios de comunicação.
Poderiamos assim obter boas pistas de reflexão sobre o assunto para o comgresso.
Fica a sugestão e um abraço.
Américo Monteiro